LÁGRIMAS

sábado

A lágrima é o grito dos olhos, a sinceridade do coração. A lágrima não julga a emoção, se manifesta no sorriso ou na dor. Lágrima contém sal, açúcar, o doce da vida ou o amargo da tristeza.

Lágrimas são autônomas, agem por conta própria e, normalmente, são incontroláveis. Dependendo da situação, brotam com extrema facilidade, impulsionam o berro de liberdade emocional. A lágrima é a chave que destranca o peito, que alivia o espírito. Lágrimas são companheiras da solidão.

Lágrimas ensinam e fortalecem. Não há aprendizado sem choro. A lágrima é o documento oficial da graduação sentimental. Lágrimas dão tanta sabedoria que, depois de um certo tempo, de presenciar tanta coisa, elas não precisam mais se expôr. Isso significa que aprendemos aquela lição. A ausência da lágrima não é frieza, é serenidade dos olhos, controle das sensações. Não é preciso ter lágrimas no rosto para chorar.

Lágrimas cansam o rosto e desgastam o corpo. Depois de uma crise de choro, é normal a exaustão, desfalecer na cama implorando por uma noite de sono. Por vezes, a lágrima nos faz adormecer, em outros momentos nos faz companhia. A lágrima é o imã do abraço.

Lágrimas acalmam, eliminam qualquer incômodo, entregam qualquer mulher grávida ao ver um bebê, qualquer adolescente na rejeição de seu primeiro amor. Nenhum machão resiste às lágrimas, pois elas sabem aquilo que toca o seu coração. Não há como fugir da lágrima e, se você a tiver como aliada, nunca mais tentará proibí-la. Autorizar a lágrima é o primeiro sintoma de autenticidade.

A lágrima que eu mais gosto é aquela que tem gosto de celebração, que combina com a alegria de um sorriso, parceira da emoção infinita. Seja na descoberta da maternidade, no matrimônio, na conquista profissional, na vitória pessoal. A lágrima bonita é aquela do choro de felicidade.

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