A lágrima é o grito dos olhos, a
sinceridade do coração. A lágrima não julga a emoção, se
manifesta no sorriso ou na dor. Lágrima contém sal, açúcar, o
doce da vida ou o amargo da tristeza.
Lágrimas são autônomas, agem por
conta própria e, normalmente, são incontroláveis. Dependendo da
situação, brotam com extrema facilidade, impulsionam o berro de
liberdade emocional. A lágrima é a chave que destranca o peito, que
alivia o espírito. Lágrimas são companheiras da solidão.
Lágrimas ensinam e fortalecem. Não
há aprendizado sem choro. A lágrima é o documento oficial da
graduação sentimental. Lágrimas dão tanta sabedoria que, depois
de um certo tempo, de presenciar tanta coisa, elas não precisam mais
se expôr. Isso significa que aprendemos aquela lição. A ausência
da lágrima não é frieza, é serenidade dos olhos, controle das
sensações. Não é preciso ter lágrimas no rosto para chorar.
Lágrimas cansam o rosto e desgastam
o corpo. Depois de uma crise de choro, é normal a exaustão,
desfalecer na cama implorando por uma noite de sono. Por vezes, a
lágrima nos faz adormecer, em outros momentos nos faz companhia. A
lágrima é o imã do abraço.
Lágrimas acalmam, eliminam qualquer
incômodo, entregam qualquer mulher grávida ao ver um bebê,
qualquer adolescente na rejeição de seu primeiro amor. Nenhum
machão resiste às lágrimas, pois elas sabem aquilo que toca o seu
coração. Não há como fugir da lágrima e, se você a tiver como
aliada, nunca mais tentará proibí-la. Autorizar a lágrima é o
primeiro sintoma de autenticidade.
A lágrima que eu mais gosto é
aquela que tem gosto de celebração, que combina com a alegria de um
sorriso, parceira da emoção infinita. Seja na descoberta da
maternidade, no matrimônio, na conquista profissional, na vitória
pessoal. A lágrima bonita é aquela do choro de felicidade.
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